domingo, 14 de maio de 2017

Corpo de criança morta há 140 anos é achado em perfeito estado durante reforma de casa mal assombrada

Quando o caixão foi aberto, operários que trabalhavam na reforma de uma casa em San Francisco (EUA) tomaram um susto. Viram, pelo vidro do caixão, o rosto perfeitamente conservado de uma criança. Parecia que tinha sido enterrada no dia anterior, como disse um dos trabalhadores. Os donos do imóvel estavam fora, de férias. Quando o caso foi divulgado, houve espanto generalizado na cidade. Quem seria essa menina e como o caixão foi parar ali? O mistério demorou para ser solucionado. Descobriu-se que se tratava de uma criança de quase 3 anos, morta no século 19. A história é de arrepiar.
Quando a menina de cabelos loiros foi encontrada, o corpo dela estava coberto com um vestido de renda branca feito à mão, adornado com laços e flores. O caixão tinha 94 cm de altura. Parecia uma múmia bem conservada, como a da garota Rosalia, em Palerno, na Itália. O corpo da menina de San Francisco estava espantosamente bem condicionado.
Foi descoberto sob o piso da garagem da casa da americana Ericka Karner, que mora ali com o marido e os filhos. O caixão não tinha lápide.
A família havia viajado e contratou operários para fazer uma reforma. Eles encontraram o caixão e avisaram os proprietários da residência.
“Fiquei em choque quando soube do caixão da garota”, afirma Ericka (foto). É que, explica ela, moradores da casa costumam ouvir passos e vozes abafadas de criança desde que se mudaram para lá. “Mesmo depois de o caixão ter sido descoberto, continuamos ouvindo esses ruídos assustadores”.
“Lembrei depois que minha casa tinha sido erguida em cima de um antigo cemitério. Chamei então as autoridades para tentar descobrir a origem dela”.
Uma ONG chamada Garden of Innocence, que cuida do sepultamento de crianças sem identificação, ficou encarregada, ao lado de pesquisadores da universidade da Califórnia, em Bekerley, de investigar o caso.
Legistas calcularam que a garota, chamada inicialmente por eles de Miranda Eve, morrera no século 19.
A dona da casa lembrou aos pesquisadores que, ao comprar o imóvel, localizado no distrito de Richmond, foi informada de que havia um cemitério na região.
O Odd Fellows, necrópole que ficava ali, foi desativado na segunda década do século 20. No final do século 19, cerca de 30 mil corpos foram retirados do Odd Fellows para serem levados ao cemitério Greenlawn Memorial Park, em Colma, cidade vizinha, também na Califórnia.
Por algum motivo ainda desconhecido, o corpo de Miranda não foi retirado e ficou enterrado ali — no local onde foram erguidas casas em Richmond, como a dos Karner.
A residência deles foi construída em 1936.
Essa é a fachada da casa dos Karner atualmente.
O corpo da menina, achado no imóvel em maio de 2016, foi analisado por especialistas e 34 voluntários.
Elissa Davey, genealogista que coordenou a investigação, encontrou mapas do antigo cemitério. Pesquisadores estudaram os registros dos 30 mil corpos.
Pesquisadores chegaram ao nome dos pais da garotinha: Horatio Cook e Edith Scooffy. O pai dela era um negociante bem-sucedido da cidade. A família materna da garotinha, os Scooffy, foi uma das primeiras a chegar a San Francisco na época da corrida do ouro.
Foram feitas buscas em árvores genealógicas de família da região e análises de DNA de descendentes. O DNA da garotinha foi obtido a partir de um punhado de cabelos dela. Até que descobriram o verdadeiro nome da menina: Edith Howard Cook. Ela nasceu em 28 de novembro de 1873 e morreu em 13 de outubro de 1876, semanas antes de completar três anos .
Peter Cook, de 82 anos, sobrinho-neto de Edith, colaborou nas investigações dando informações sobre a família. Ele tem oito filhos, 13 netos e 10 bisnetos.
Essa é uma das pétalas que estavam no interior do caixão de Edith. Ela morreu, segundo os pesquisadores, de uma infecção que provocou desnutrição. Ela Foi enterrada num caixão de chumbo e bronze. No cabelo dela havia uma rosa. Nos pés, uma botinha branca. Sobre o corpo foram espalhadas folhas de eucalipto. O interior do caixão estava coberto de veludo roxo.
Os legistas informaram que o caixão ainda tinha aroma de lavanda — sugerindo que a família tomou cuidados especiais para sepultá-la. “Parecia um anjo”, disse um dos pesquisadores. “Foi enterrada assim para amenizar a tristeza da família pela perda precoce”.
Desvendado a maior parte do mistério, a ONG decidiu organizar um segundo funeral para a menina .
O corpo foi sepultado no Greenlawn Memorial Park, em Colma, diante de 140 pessoas e recebeu uma lápide de granito com o nome dado para a garota quando foi achada. Ela ficou conhecida em San Francisco com esse nome.
Michael Dunn, da ONG Garden of Innocence, disse que Edith recebeu um novo atestado de óbito, já que o dela tinha desaparecido. “Agora sim ela não será mais esquecida. Depois de desaparecer do antigo cemitério, poderá receber homenagens e ser lembrada por parentes e moradores da cidade”.
Ela recebeu um novo caixão, de cerejeira, pouco maior que o anterior. Os legistas mudaram a esquife para poder estudar o antigo; Querem descobrir como o corpo dela ficou tão bem preservado depois de tantos anos.

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