quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Caso Kátia Vargas: veja imagens exclusivas do acidente e respostas de cada laudo

Três meses. Este é o tempo que marca a morte de dois irmãos – Emanuel e Emanuelle, ocorrida no dia 11 de outubro, às 8h19, no bairro da Ondina, em Salvador.  De um lado, a comoção social pela perda de dois jovens, filhos únicos de uma mãe inconsolável e que pede justiça. Do outro, uma médica oftalmologista, mãe de dois filhos, filha, esposa, presa há dois meses e duas semanas.

Desde que a tragédia ocorreu e como consequência a prisão da médica Kátia Vargas – até então acusada pelo Ministério Público do Estado da Bahia de duplo homicídio triplamente qualificado - a defesa da família dos jovens, bem como, a defesa da ré, reúnem provas, laudos e todo material que possa trazer a verdade, sem interferências ou deduções. O juiz que determinará o futuro de Kátia Vargas irá analisar um documento de 500 páginas no qual constam as duas defesas, bem como os laudos periciais e cadavéricos.


Esta semana, um laudo apresentado pelo perito Ricardo Molina, contratado pela família da médica, aponta que o carro não atingiu a motocicleta pilotada por Emanuel.  O laudo tem 44 páginas escritas, mais de 30 páginas com documentações, entre fotos e vídeos.

No documento, Molina reforça que “o caso em tela está repleto de testemunhos contraditórios, laudos inconclusivos, hipóteses mirabolantes baseadas em suposições e, por último mas não menos importante, uma pressão midiática cujos interesses passam ao largo da aplicação da Justiça, só servindo para consolidar na opinião pública uma versão simplista na qual se desenhem claramente uma vítima e um algoz”.

O site Bocão News teve acesso ao laudo completo de Molina e aos vídeos analisados pelo perito. Seis câmeras captaram imagens relacionadas com os fatos. Segundo o laudo, como se vê nas imagens, a moto adentra o campo da câmera trafegando no centro da pista.

“É importante destacar que nenhuma câmera registrou o momento do impacto da moto contra o poste. Nem isto seria possível, visto que a linha de visão da câmera junto à igreja está obstaculizada por árvores. A câmera em frete ao Hotel Portobello já capta as imagens posteriores ao impacto da moto com o poste”, afirmou Molina.

O perito condenou ainda o laudo fito pelo Departamento de Polícia Técnica da Polícia Civil (DPT).

Segundo Molina, “a ridícula simulação” não reproduz nada. O laudo é uma “conta de chegar”. A mossa na porta traseira do automóvel Kia foi considerada “compatível” com a perna do condutor da moto.

"Este é mais um absurdo. O Kia projetou-se contra um portão metálico  e sofreu diversos amassamentos e arranhões em função disto. A perna do motociclista não poderia ter amassado a porta, pois se o Kia atingisse lateralmente a moto, o primeiro ponto de contato seria a ponta da manopla, o que seria suficiente para atirar a moto violentamente para o lado direito. A perna sequer foi atingida. E mais, entende-se dentro da “lógica” torta do IC ( Instituto de Criminalística) porque a garupa não foi incluída nessa triste encenação. Pois se fosse, seria preciso  explicar porque a perna da garupa não atingiu a traseira do Kia”, explicou.

Mas o promotor Davi Galo rebate Molina e afirma que "ela (Kátia Vargas) tenta encaixar a tese dela para tentar  desvirtuar a realidade de uma perícia que foi feita pelos técnicos do DPT, perícia feita por profissional habilitado", pontuou.

O advogado da família também comentou com a reportagem do Bocão News o laudo da defesa da médica durante a audiência de instrução realizada hoje.

"Ela (Kátia Vargas) contou a versão que o perito que eles contrataram criou e que foi apresentado ontem. A família contratou um assistente técnico, que na verdade não é perito, para que ele desse um parecer sobre o laudo que já foi feito. Esse profissional que é contratado pela família trouxe uma versão que nada tem a ver com a outras provas que estão no processo. Tanto com o laudo oficial do Estado, do Departamento de Polícia Técnica, quanto das testemunhas oculares. Para nós este laudo não acrescenta, não altera em nada aquilo que já está claro e objetivo no processo. Que houve um choque, que houve uma colisão e que isso resultou na morte dos dois jovens", afirmou.

Entretanto, em uma das suas conclusões, Molina afirma que "a teoria de que houve perseguição não se sustenta nos dados observados. A velocidade do Kia em relação à da moto é o que se espera em uma manobra de ultrapassagem. E, vale lembrar, a última imagem mostra a moto sendo ultrapassada. O que aconteceu deste ponto em diante não é visualizado por nenhuma câmera", frisou.

Durante o depoimento que fez ao juiz na tarde de hoje e que durou pouco mais de uma hora, Kátia Vargas garantiu que não houve discussão e que não teve choque com a moto onde estavam Emanuel e Emanuele. Para Davi Galo, ela tem 100% de chance de ir a júri popular, mas "é o juiz quem vai decidir. Diante do que ele já tem não podemos atentar contra a lógica", afirmou. Já nas conclusões de Ricardo Molina, “não se condena ninguém com base em especulações”. 

Veja imagens exclusivas:


                                                          

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