O empresário e dono do jornal Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto foi preso na 27ª fase da Lava Latopor ter recebido R$ 6 milhões em troca de silêncio – o caso está sendo investigado pela Operação Lava Jato.
Segundo consta na decisão de Moro, o pecuarista José Carlos Bumlai afirmou, em delação premiada, que Pinto teria chantageado o PT e pedido os 6 milhões de reais para não contar o que sabia sobre esquema de corrupção local e a relação com o assassinato do ex-prefeito.
Ronan foi condenado por crimes de extorsão e corrupção ativa por envolvimento em esquema de cobrança de propina de empresas de transportes contratadas pela prefeitura de Santo André, entre 1999 e 2001.
“É ainda possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então Prefeito de Santo André, Celso Daniel, o que é ainda mais grave”, diz o juiz federal no despacho.
“Se confirmado o depoimento de Marcos Valério, de que os valores lhe foram destinados em extorsão de dirigentes do Partido dos Trabalhadores, a conduta é ainda mais grave, pois, além da ousadia na extorsão de na época autoridades da elevada Administração Pública, o fato contribuiu para a obstrução da Justiça e completa apuração dos crimes havidos no âmbito da Prefeitura de Santo André”, completou Moro na decisão de hoje.
O juiz ainda afirma que Valério declarou que membros da cúpula petista foram vítimas de extorsão por parte de Ronan. “Citou expressamente como envolvidos Sílvio José Pereira, José Dirceu de Oliveira e Silva, Gilberto Carvalho, Luiz Inácio Lula da Silva e Breno Altmann”, diz.
Veja a íntegra do documento despachado por Moro.