quinta-feira, 31 de março de 2016

Petrolina: Suspeitos de envolvimento na morte da pequena Beatriz foram demitidos do colégio

CB1Os cinco funcionários suspeitos de envolvimento na morte de Beatriz Angélica Mota, de 7 anos,morta em dezembro do ano passado, a facadas durante uma festa no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, foram demitidos da escola em janeiro.
A informação foi confirmada pela direção da instituição nesta quarta-feira (30), um dia após a Polícia Civil informar que o crime foi praticado por mais de uma pessoa e que os suspeitos tinham ligação com o colégio.
Na terça-feira (29), o delegado responsável pelo caso, Marceone Ferreira e o perito criminal Gilmário Lima, confirmaram que os autores do assassinato de Beatriz conheciam o local ou tinha informações sobre o ambiente. O delegado apresentou cinco pessoas do colégio, identificadas apenas como ‘personagens’, que mentiram ou entraram em contradição durante o depoimento e que possívelmente estão envolvidas no crime.
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Marca mostra como o corpo de Beatriz foi encontrado (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Demissões
Segundo o advogado da escola, Clailson Ribeiro, a instituição só tomou conhecimento de que pessoas que trabalhavam no colégio estavam sendo tratadas como suspeitas durante a coletiva realizada na terça (29). Mas, garantiu que os funcionários que mentiram ou entraram em contradição, como informou a polícia, foram demitidos.
“Desde quando começaram as investigações, o colégio disponibilizou um corpo jurídico para acompanhar os depoimentos e o que nós detectamos é que alguns funcionários do colégio apresentaram divergências em seus depoimentos. Mas, nada apontando a autoria do crime. O colégio não só detectou cinco pessoas, como apontou aproximadamente sete e desligou essas sete pessoas. Todas elas atualmente não pertencem mais ao quadro de funcionários do colégio”, explicou o advogado.
Sobre as datas que ocorreram as demissões, o advogado disse apenas que o processo começou no mês de janeiro. “Por questão de sigilo a gente não deve informar datas para que não se faça associação do desligamento do funcionário ao nome. Até porque nós deligamos unicamente em virtude da divergência nos depoimentos, não foi nada direcionado em relação a autoria”, ressaltou.
Envolvimento no crime
Para o advogado, a possível participação de funcionários não pode ser deixada de lado. “Eu acho que essa é uma informação que não pode ser descartada. Nós, assim como a polícia, não descartamos nenhuma hipótese, mas não posso deixar de externar nossa perplexidade diante dos comentários feitos pelo delegado na coletiva de ontem, já que o inquérito esta tramitando de maneira sigilosa. Ao apontar os cinco personagens que estão no colégio, ele colocou em cheque todos os nossos funcionários”, comentou.
Portões que tiveram as chaves desaparecidas dias antes do crime (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Portões que tiveram as chaves desaparecidas dias antes do crime (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
O advogado diz ainda que a declaração foi feita de forma irresponsável. “Ele não poderia divulgar dessa maneira tal informação ou divulgasse de maneira plena, apontando nomes, para que não ficasse dúvidas sobre todos nós”, ponderou.
Apoio nas investigações
O representante da escola esclareceu que não sabe se o objetivo dos autores era atingir a escola e que todo o apoio necessário para auxiliar nas investigações foi dado. Porém, diz que pode ter tido falha da polícia na perícia.
“Desde quando aconteceu o fato, o colégio liberou completamente as suas instalações para que a polícia pudesse desenvolver o seu trabalho. A polícia realizou mais de 50 diligências no colégio. Então, se ela não isolou, se ela não aplicou as técnicas e os produtos necessários para identificar manchas de sangue logo nos primeiros dias, eu acredito sim que isso de alguma maneira tenha contribuido para que o crime não tenha sido elucidado ainda”, relatou o advogado.
Chaves
Também durante a coletiva, o delegado Marceone Ferreira disse que três chaves da escola, possivelmente utilizadas pelos suspeitos para abrir portões como rota de entrada e fuga no dia crime, foram robadas do colégio 10 dias antes do homicídio.  Antes de desaparecer, as chaves teriam passado por um segurança e dois assistentes diciplinares. O sumiço foi registrado no final do dia 30 de novembro, pela direção da escola em um livro de ocorrências.
“Foi uma informação que tomamos conhecimento no decorrer no inquérito, mas em novembro desapareceram, sumiram, foram perdidas três chaves. Como esse fato se deu dias antes do homicídio da Beatriz, o colégio tratou apenas de realizar cópias e depois substituiu os cadeados. Até porque não se imaginava o que poderia acontecer”, destacou Clailson Ribeiro.
Suspeitos
Até o momento, as investigações apontam que pelo menos cinco pessoas tenham envolvimento na morte de Beatriz. Sendo quatro homens e uma mulher. Um dos homens aparece nas imagens da cobertura oficial do evento, visivelmente nervoso, perto do horário do crime. Outro negou ter estado dentro da quadra, mas imagens da festa mostram o contrário.
O terceiro suspeito pediu para não trabalhar dentro da quadra no dia da formatura e disse à polícia que não esteve em momento algum no local, mas testemunhas o viram na festa. O quinto suspeito, um vigilante, foi visto entrando em uma sala vazia, onde ficou cerca de 1h40, quando deveria estar em outro setor.
Segurança
Diante das últimas informações sobre o caso, apontando o envolvimento de funcionários no crime,  Clailson Ribeiro assegurou que não há riscos para os estudantes que atualmente estão matriculados na instituição.
“Quero afirmar que o colégio é uma escola segura, uma das melhores da cidade. E que pessoas que identificamos com depoimentos contraditórios não mais estão no nosso quadro de funcionários”, disse o adbogado.
Crime
Beatriz saiu de perto da mãe, Lúcia Mota, por volta das 22h08 do dia 10 de dezembro, noite em que ocorreu a festa de formatura do colégio, quando pediu para ir até o bebedouro, localizado na parte inferior da arquibancada e não retornou mais. O corpo da menina foi encontrado por volta das 22h50, em uma sala de material esportivo que estava desativada, devido a um incêndio que ocorreu em outubro de 2015.
Com informações do G1/PE
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