quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

ESPORTE:Del Nero e Teixeira serão acusados de crime pelos EUA, diz jornal


  • Del Nero deixou seu cargo na Fifa. Presidente da Conmebol, Nepout (à direita na foto) foi preso nesta quinta Del Nero deixou seu cargo na Fifa. Presidente da Conmebol, Nepout (à direita na foto) foi preso nesta quinta
Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, presidente e ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, estão envolvidos no escândalo de corrupção que acabou na prisão de Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol, e Alfredo Hawit, presidenta da Concacaf. Segundo o jornal The New York Times, os dirigentes brasileiros também serão acusados na coletiva de imprensa que será dada pela Justiça americana nesta quinta-feira.
"Tão importante quanto as prisões no hotel, as acusações a serem anunciadas estão concentradas em pessoas em Zurique. Entre elas, estão novos réus como Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e Marco Polo Del Nero, atual presidente, de acordo com muitas pessoas envolvidas nas acusações", disse o jornal.
Napout e Hawit foram presos em um hotel na manhã desta quinta-feira em um hotel na Suíça, o mesmo que resultou na prisão de sete dirigentes em maio deste ano.
As investigações da polícia americana envolveriam dirigentes da Fifa em casos de extorsão, lavagem de dinheiro e fraude. De acordo com o "New York Times", mais 12 dirigentes serão denunciados: Reynaldo Vasquez (Vice-presidente da Federação de El Salvador), Carlos Chávez (Ex-presidente da Federação boliviana de futebol e tesoureiro da Conmebol), Eduardo Deluca (Federação Argentina), José Luis Meiszner (Federação Argentina e ex-Secretário-Geral da Conmebol), Luis Chiriboga (Federação Equatoriana), Ariel Alvarado (Presidente da Federação Panamenha), Romer Osuna (Presidente da Federação Boliviana), Héctor Trujillo (Secretário-geral da Federação Guatemalteca), Manuel Burga (Ex-presidente da Federação Peruana), Rafael Callejas (Federação Hondurenha), Brayan Jiménez (Presidente da Federação Guatemalteca) e Rafael Salguero (Ex-presidente da federação guatemalteca de futebol e membro do Comitê executivo da Fifa).
A promotoria geral dos Estados Unidos já anunciou uma coletiva de imprensa para a tarde desta quinta-feira em que falará sobre as prisões em Zurique. Loreta Lynch liderará as explicações para os jornalistas. Segundo o jornal americano, a promotora citará os brasileiros no evento.
Del Nero é investigado pelo FBI há meses. Os EUA apuram negociações de contrato da CBF e autorizados por Del Nero com a Traffic, empresa que comercializa eventos esportivos. Proprietário da Traffic, José Hawilla acertou delação premiada com a Justiça norte-americana para evitar prisão em regime fechado nos EUA.

As autoridades avaliam se Del Nero obrigou a Traffic a compartilhar contratos da Copa do Brasil com a Klefer a partir de 2011. A Traffic detinha exclusividade no gerenciamento das transmissões do torneio promovido pela CBF até então. Segundo O Estado de S. Paulo, a Klefer pagaria à CBF R$ 128 milhões para ter direito aos torneios de 2015 a 2022, deixando a Traffic de Hawilla em segundo plano.
Em 27 de maio, Del Nero declarou que os contratos suspeitos e investigados pela Justiça norte-americana foram assinados por ex-presidentes da CBF. Del Nero se refere ao acordo assinado pela CBF com a Nike, além de contratos televisivos. Nos últimos meses, o cartola tem se negado a responder qualquer pergunta sobre supostas irregularidades em sua gestão.
O FBI investiga Ricardo Teixeira e conta com a colaboração de José Hawilla, ex-parceiro comercial de Teixeira. Para não ser preso em regime fechado, J. Hawilla relatou detalhes de esquemas feitos na época em que comandava da Traffic, tendo Teixeira gerindo a CBF.
Em áudio obtido após conversa telefônica entre Hawilla e Marin, foi apurado pela Justiça dos EUA que a Traffic pagava propina de R$ 2 milhões por ano para ter direitos da Copa do Brasil. Em determinado momento, Marin pede para que Teixeira não receba mais parte da propina. O acerto fraudulento também envolveria Marco Polo Del Nero.
Com as duas prisões desta quinta-feira, chega a nove o número de dirigentes detidos na investigação na Fifa. Antes deles, José Maria Marin (regime de prisão domiciliar), Jeffrey Webb, Eugenio Figueredo, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas e Rafael Esquivel tiveram destino semelhante.
Nesta quinta-feira, o FBI fez uma varredura nos escritórios da Imagina/Bein Sports, em Miami. A empresa espanhola é acusada de ter pagado suborno em torneios de alto escalão do futebol da América do Sul e do Norte.

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