sábado, 20 de junho de 2015

Acidente que Matou Eduardo Campos Pode Ter Reviravolta

O empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho – até então apontado como um dos donos da aeronave que caiu no Boqueirão, em Santos, matando sete pessoas – alega, agora, que “não era e nunca foi proprietário ou explorador” do jato Cessna Citation 560XL.
A declaração representa uma reviravolta no caso, depois de o empresário ter contratado um escritório de advogados para celebrar acordos com vítimas no solo do acidente. O avião, que transportava o candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, e seis membros da sua equipe, caiu em 13 de agosto de 2014.
Escombros atingiram casas e estabelecimentos comerciais nas imediações das ruas Alexandre Herculano e Vahia de Abreu. Desde então, 16 ações já foram abertas na Comarca de Santos. As vítimas pedem reparações por danos materiais e morais causados pelo acidente. 
O argumento do empresário, que mora em Recife (PE), integra a contestação preparada pelo escritório contratado por ele diante da ação movida por uma família santista. O documento, assinado pelo advogado Carlos Gonçalves Júnior, pede a extinção do processo e sinaliza que esta será a estratégia da defesa para escapar das indenizações nas outras ações.
Na contestação, o advogado de Lyra afirma que a aeronave acidentada é de propriedade da Cessna Finance Company e objeto de arrendamento operacional da AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda., empresa com sede em Ribeirão Preto, no Interior.
A defesa juntou à ação uma carta de intenção de compra, assinada pelo empresário, em que ele se propunha a arrematar o jato por US$ 8,5 milhões. O documento detalha como deveria ser o pagamento: Lyra pagaria uma parcela de US$ 327,8 mil em 15 de maio; em 30 de maio, honraria outra, de US$ 139,8 mil. O saldo devedor seria quitado em 30 de junho de 2014.
A defesa afirma que, apesar de o avião estar a serviço do PSB por intermédio de Lyra, a transferência não se concretizou. Com isso, o empresário empurra a responsabilidade para a AF Andrade, que está em processo de recuperação judicial.
A contestação da defesa foi feita em 16 de junho. O empresário pede a impugnação do benefício de assistência jurídica gratuita para a família. Se acatada pela Justiça, além do prejuízo causado pelo acidente, a família deverá arcar com os custos processuais.

O acidente
O acidente ocorreu na manhã de uma quarta-feira, dia 13 de agosto, nas imediações do Canal 3, no Boqueirão. O Cessna 560 XL vinha do Rio de Janeiro e refazia os procedimentos para o pouso na Base Aérea de Santos. Após arremeter na primeira tentativa, por causa do mau tempo, a aeronave caiu nos fundos de uma residência, atrás de uma academia de ginástica, localizada no perímetro entre as ruas Vahia de Abreu e Alexandre Herculano. Pelo menos 10 imóveis, atingidos no acidente, precisaram ser interditados.
Na hora da tragédia, ventava muito e o tempo estava ruim. Os sete ocupantes do avião morreram. Outras onze pessoas ficaram feridas em solo.
Além de Campos, morreram Pedro Valadares, assessor direto; Carlos Augusto Percol, assessor de imprensa; Marcelo Lira, cinegrafista; e Alexandre Severo, fotógrafo oficial, além dos pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha.

Fonte: A Tribuna.com.br

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