Os educadores rejeitaram os livros que foram entregues dentro do kit por conter, segundo eles, conteúdos racistas e preconceituosos.
“Tem trechos do material que utiliza como padrão de beleza as pessoas brancas e com os olhos azuis. Tem outro que ensina uma garota a desculpar um garoto que a agrediu. Como poderemos colocar esse material nas mãos de crianças?”, questiona Maria de Lurdes, professora do 3º ano de ensino fundamental.
Centenas de profissionais depositaram os livros em frente a sede da Secretaria Municipal de Educação (SMDE) e protestaram contra a decisão do prefeito e do secretário em adotar a metodologia, avaliada por eles, ultrapassada. “Não se utiliza mais esse método de ensino em nenhum lugar do Brasil. Todos estão partindo para a era digital, com elementos inovadores para atrair a atenção das crianças. Mas nós vamos apresentar um material que não apresenta nenhuma qualidade e ainda com conteúdo questionável. Não vamos aceitar”, garante Elza Melo, diretora da APLB Sindicato.
O protesto se acentuou com a chegada de João Carlos Bacelar. Sob o som de vaias o secretário reprovou a ação dos docentes e confirmou que o IAB vai permanecer no cronograma de 2013 da rede municipal de ensino. “Um programa que já atendeu mais de 700 municípios e registrou significativos avanços no desempenho dos alunos não pode ser desmerecido como tem sido feito”, justifica Bacelar.
Ainda segundo o secretário além das atividades em todas as 426 escolas, 12 unidades serão transformadas em escolas pólos para realização da formação do Sistema Estruturado do IAB. “O objetivo da implantação é estabelecer uma política municipal para alfabetização e elevação do nível de desempenho acadêmico dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental”, concluiu.
O "Dia da Devolução" foi decidio após assembléia realizada no Ginásio dos Bancários, na tarde de terça-feira (5). Os professores da rede municipal apreciaram o acordo garantido em negociação com o executivo municipal. O acordo, constando diversos itens, foi aprovado na sua quase totalidade.
Mesmo que o executivo municipal tenha apresentado posição de desobrigar a adoção do Alfa e Beto, respeitando a autonomia da escola, a categoria decidiu, por unanimidade, pela sua rejeição e pela continuidade do PPP e do Pacto pela Educação.
A direção da APLB-Sindicato afirma que se manteve firme nas negociações, o que garantiu os avanços contidos na pauta, especialmente na última reunião, realizada na segunda-feira, 4, quando a SMED recuou com relação às diversas questões que vinham prejudicando a categoria, a exemplo da reorganização das escolas por falta de condições e o aumento da carga horária em sala de aula para os professores do Ensino Fundamental I e II.