quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Feira: procurador provoca acidente grave. "Ele bebeu e abafaram o caso"

Um procurador da cidade de Feira de Santana, localizada a pouco mais de 100km da capital baiana, se envolveu em um acidente grave no úlitmo fim de semana, no anel viário do KM 513 da BR 324. Mas, de acordo com o vereador David Neto (PTN), que denunciou o caso ao site Bocão News, o procurador identificado como Carlos Antônio de Moraes Lucena estava alcoolizado e provocou o acidente. "Ele bebeu e abafaram o caso. Estava bebendo desde cedo. Quando ele bateu no táxi - que ficou destruído - um irmão dele já veio dentro de uma viatura e a Polícia Rodoviária, que foi omissa", afirmou.
 

Procurador Carlos Antônio de Moraes Lucena 
 
De acordo com o edil, o boletim de ocorrência não foi feito e o procurador foi colocado dentro de uma amabulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para a Unimed. "Não foi feito BO e a Polícia Militar ia conduzir ele, mas não deixaram. O taxista se machucou bastante", contou, sem ter a identificação da vítima. "Ai eu pergunto a vocês: por que não encaminharam o procurador para uma delegacia? “Teria que ser preso, se fosse um filho meu, eu mandava conduzir”, disse o edil, argumentando que a lei tem que ser igual para todo mudo.
 
Por conta do ocorrido, o vereador reuniu outros políticos da cidade para localizar o procurador, bem como, o taxista. "Ninguém sabe do procurador. Ele sumiu. Mas, vamos procurar ele e também saber quem o rapaz que dirigia o táxi modelo Palio. Temos que fiscalizar. É nosso papel e isso não pode acontecer", ressaltou Leite. 
 


Em seu pronunciamento na tribuna da Casa da Cidadania, na manhã de terça-feira (8), o edil disse que esse acontecimento foi “jogado para debaixo do tapete, foi escondido. O único que se pronunciou a respeito deste assunto foi o radialista Carlos Valadares, no programa de Aldo Matos”, lamentou. 
 
Em consonância com David Neto, o vereador Edvaldo Lima (PP) afirmou que se um cidadão comum fosse pego dirigindo embriagado “estaria preso até hoje. Infelizmente, as autoridades deste país são assim: cometem o pecado, mas como são autoridades, elas ficam impunes”, reclamou. 
 
O vereador José Carneiro disse que é preciso ter prudência com denúncias e afirmou que ninguém está livre de cometer acidente de trânsito. No entanto, ele observa que se for comprovado que Calos Lucena estava realmente embriagado ao volante, o procurador tem que prestar esclarecimentos. O vereador Pablo Roberto (PT) declarou que a denúncia é grave e precisa ser apurada, uma vez que, além da suposta embriaguez no trânsito, tem a questão da suposta omissão das autoridades policiais no cumprimento da lei, a intervenção do Samu e o prejuízo do taxista. Ele sugeriu que a Casa da Cidadania encaminhe requerimentos solicitando um posicionamento do Comando Geral da Polícia Militar do Estado da Bahia, bem como da Secretária Municipal de Saúde e do Ministério Público Federal. “Diante da denúncia de Vossa Excelência esta Casa não deve se furtar a isso. Eu acho que o procurador deve sim se pronunciar acerca disso, e esta Casa também procurar tomar as devidas providências, no sentido de identificar quais foram as autoridades que deveriam fazer cumprir a lei, mas não fizeram”, disse petista.
 
O líder da bancada de oposição na Câmara, Alberto Nery (PT), também sugeriu ao vereador David Neto que solicitasse da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal um parecer, já que PRF está envolvida no caso. “Que o Ministério Público Federal também nos forneça uma declaração relacionada à denúncia trazida nesta manhã”. Ele concorda que, diante da gravidade da denúncia, tem que haver uma averiguação concisa do desenrolar real dos fatos.
 
O vereador Correia Zezito (PTB), que é policial militar, disse que o procurador Carlos Lucena cometeu a infração de trânsito no Anel de Contorno, que, conforme o edil, se trata de um trecho sob jurisdição da Polícia Rodoviária Federal.
“A Polícia Militar foi chamada, estava no local, segundo a rádio divulgou, tomou todas as providências e passou o caso para a Polícia Rodoviária Federal”, afirmou Correia, ressaltando que a PM não tem mais nada a ver com o caso. Novamente com o uso da palavra, o  vereador José Carneiro disse que, se a denúncia for verdadeira, houve omissão dos policiais, porque não cumpriram o que determina a Lei Seca.
 
 
Em contato a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o órgão informou ao Bocão News que conseguiu apurar os fatos com os PRFs envolvidos na ocorrência e que teve acesso ao conteúdo do Boletim de Acidentes confeccionado para o acidente em questão. "A PRF ratifica e aprova todo o conteúdo do Boletim, uma vez que os procedimentos adotados pelos PRFs estão de acordo com a doutrina estabelecida pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Vale salientar que independentemente da classe, raça, credo ou condição social dos envolvidos em um acidente com vítima, a doutrina estabelece que seja priorizado o socorro às vítimas", afirmou em nota.
 
Ainda em nota, a PRF informou que especificamente no acidente em questão, "houve o socorro e remoção da vítima por uma equipe do SAMU para o adequado atendimento em rede hospitalar, não sendo realizado o teste com o etilômetro. Contudo, isto não impede que seja relatada no Boletim do acidente a percepção, pelo Policial, de alteração ou indícios de embriaguez alcoólica nos condutores. A PRF informa ainda que as partes envolvidas neste acidente já podem acessar o Boletim via site (www.dprf.gov.br), no campo – BOLETIM DE ACIDENTES, tendo acesso a todo o conteúdo descrito pelos Policiais Rodoviários Federais, podendo comprovar que todos os fatos foram registrados corretamente".
 
Para David Leite, o importante é o caso seja apurado e as devidas providências sejam tomadas. "Já constatei que o fato aconteceu. Ele estava bêbado e nenhum teste do bafômetro foi feito. Vou até o fim", afirmou.

Bocão News

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