quarta-feira, 17 de julho de 2013

Após operação, secretário promete mudanças no Denarc em 10 dias

Fernando Grella se reuniu nesta terça-feira (16) com o governador Alckmin.
Sete policiais civis foram presos durante operação nesta segunda-feira.

Marcelo MoraDo G1 São Paulo
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O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse, na noite desta terça-feira (16), que no prazo de 10 dias serão anunciadas mudanças no Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). A decisão acontece depois de uma operação que prendeu sete policiais suspeitos de envolvimento com traficantes. Outros seis continuam foragidos e tiveram as fotos divulgadas nesta noite.
O secretário se reuniu no fim desta tarde com o governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, para discutir as diretrizes destas mudanças. “Tivemos essa reunião para discutirmos as diretrizes para uma reformulação do Denarc, inclusive quanto aos mecanismos de controle e outros meio que garantam melhores resultados. Elas (diretrizes) serão definidas e anunciadas dentro de 10 dias”, afirmou, sem dar detalhes sobre a mudança no departamento.
O anúncio foi feito após uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Campinas, obter na Justiça 13 mandados de prisão contra policiais civis da cidade e da capital paulista suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas.
Entre as provas contra os suspeitos estão conversas telefônicas interceptadas com autorização da Justiça. De acordo com o Ministério Público, os policiais civis cobravam uma anuidade de R$ 300 mil dos traficantes da região de Campinas para não serem presos, além de uma mensalidade.
De acordo com Grella, seis mandados de prisão não foram cumpridos e os policiais suspeitos de envolvimento com o tráfico são considerados foragidos. “Nós vamos divulgar as fotos deste policiais por meio do site da secretaria e contamos com a população para passar informações por meio do Disque-Denúncia”, disse o secretário nesta terça-feira.
Os nomes dos foragidos são Daniel Dreyer Bazzan, Danilo da Silva Nascimento, Gilson Iwamizu dos Santos, Jandre Gomes Lopes de Souza, Leonel Rodrigues Santos e Silvio Cesar de Carvalho Videira, segundo a secretaria.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz da 6ª Vara Criminal de Campinas, José Guilherme Di Rienzo Marrey, contra delegados, investigadores, escrivães e carceireiros suspeitos de crimes como corrupção, extorsão, formação de quadrilha - como por exemplo associação para o tráfico de drogas. Participaram da operação cerca de 60 policiais civis.
O secretário fez questão de deixar claro que o governo não vai tolerar qualquer desvio de conduta por parte de policiais. "Nós sabemos que é uma minoria de policiais que macula a imagem da instituição. Por isso a nossa posição sempre firme de apoiar as investigações e de levar adiante medidas que visem responsabilizar essa minoria que trabalha contra os interesses da sociedade", declarou Grella.
Combater falhas
Em entrevista à Rádio CBN nesta terça-feira, o diretor do Denarc, Marco Antônio de Paula Santos, afirmou que é preciso combater falhas de controle no departamento para evitar os desvios. Ele citou como exemplo o monitoramento dos percursos feitos pelos carros do Denarc em São Paulo, onde haveria um controle total. Fora da capital, segundo ele, esse monitoramento não é completo.
Santos acredita ainda ser possível diminuir o efetivo de policiais no Denarc, reduzindo ações para apreender drogas e centrando nos serviços de inteligência para combater o grande traficante. Segundo ele, ao assumir a direção do Denarc havia 362 funcionários e hoje, são 318. O delegado diz acreditar que é possível enxugar ainda mais o quadro.
Policiais (Foto: Divulgação/SSP)Policiais que estão foragidos, em fotos divulgadas pela Secretaria da Segurança (Foto: Divulgação/SSP)GI

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