sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Homem que atirou em três pessoas em SP tinha armas, facão e espadas


A Polícia Militar apreendeu armas de diferentes calibres e tipos na casa do administrador de empresas Fernando Gouveia, de 33 anos. Na manhã desta quinta-feira (18), ele atirou contra três pessoas na região da Aclimação, em São Paulo. Gouveia tem problemas mentais e reagiu à abordagem de uma equipe que tinha ordem judicial para interná-lo. No imóvel, foram localizados uma espingarda calibre 12, uma pistola 380, um revólver 38, facas, duas espadas, munição, e uma besta (espécie de arco com cabo e gatilho para disparar flechas). Ele também tinha registrado em seu nome uma espingarda calibre 44 e um revólver 32, que não foram encontrados pela polícia. O delegado-titular do 6º Distrito Policial, José Gonzaga Pereira da Silva Marques, disse que todas as armas eram regularizadas. Segundo o delegado, Gouveia passou a adquirir as armas recentemente. “Ele disse que não encontrou dificuldades para encontrar as armas”, afirmou. O homem disse à polícia que admirava as armas. Ele também contou que tinha duas câmeras na residência onde morava porque “sentia medo de ser atacado”. Segundo o delegado, “nem a mãe dele sabia que ele mantinha tantas armas, e dessa qualidade”. “Ela disse que ele nunca revelou nada”, contou Marques. Rendição O administrador se entregou à polícia por volta das 17h, após cerca de nove horas de negociação. Após a rendição, Gouveia foi atendido com ferimentos leves no Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), onde passou por avaliação, e depois foi levado para o Instituto Médico-Legal. De lá, seguiu para o 6º Distrito Policial, onde será interrogado. Pela manhã, um oficial de Justiça, um médico, três profissionais de enfermagem e o advogado da família de Gouveia foram até a residência para interná-lo. A dona da casa, que é psicóloga e companheira do suspeito, gritou ao saber que o grupo pretendia levá-lo. Fernando chegou por trás da mulher e disparou. Quando os primeiros policiais chegaram, foram recebidos a tiros, que acertou o escudo de um deles. “Eu estava na rua, negociando com ele. Ele estava do lado de dentro da casa, na sala, efetuou os disparos. Ainda bem que estávamos abrigados com escudo balístico”, disse o sargento Ribeiro. Atiradores de elite se posicionaram sobre um prédio em frente à casa. Além da psicóloga, o atirador feriu um oficial da Justiça e um técnico de enfermagem. Gouveia acabou sofrendo ferimentos leves ao resistir à abordagem. Segundo a polícia, ele lutou com o enfermeiro, que conseguiu desarmá-lo. As negociações, que começaram por volta das 8h30, duraram cerca de nove horas. Após a rendição, a polícia realizou uma inspeção dentro da residência na Rua Castro Alves, na região da Aclimação. Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar Marcelo Pignatari, Gouveia vai responder, inicialmente, por tentativa de homicídio triplo e também contra os policiais. O caso será investigado pelo 6º Distrito Policial, no Cambuci. Estado de saúde O diretor de atendimento à saúde do Hospital do Servidor Público Municipal, Antônio Moreno, disse que Gouveia chegou “calmo e tranquilo”. Ele tinha um ferimento no rosto, que foi suturado. Segundo a Secretaria Muncipal de Saúde, os socorridos foram levados ao HSPM. O estado de saúde do técnico de enfermagem Márcio Teles, de 27 anos, da psicóloga Silvia Helena Godin, de 45 anos, e do oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49 anos, era considerado estável. Os três pacientes estão conscientes. Segundo o cirurgião-geral do Pronto-Socorro, o oficial de Justiça, ferido no tórax, passou por uma drenagem e reagiu bem. Os outros dois feridos, baleados na face, têm estado de saúde estável. O oficial de Justiça foi transferido para o Hospital Bandeirantes e a psicóloga, para o Hospital São Camilo. A PM negociou com o atirador pelo telefone celular da mãe do suspeito e também em conversa direta com ele a partir do imóvel ao lado. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da PM, isolou a área e moradores da rua não puderam transitar no trecho. "Nossa preocupação quando ele se entregou foi tranquilizá-lo, dizer que ele não precisava ficar nervoso. Levamos para a casa ao lado, onde ele deitou na maca e a equipe médica fez os primeiros atendimentos, viram que não tinha nada grave e ele foi algemado", disse o tenente-coronel Pignatari. "Ele ainda está perturbado, dá para ver pelo movimento dos olhos dele", afirmou. Pedido de interdição De acordo com pessoas ligadas à família do atirador, Gouveia não trabalhava e tinha esquizofrenia, constatada em laudo médico. A família havia entrado recentemente com um pedido de interdição, como medida protetiva para avaliação e internação. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que, como o processo pertence à Vara da Família, ele corre sob segredo. Fonte : G1 SP

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