quarta-feira, 11 de julho de 2012

BAHIA PRODUZ MOSQUITO TRANSGÊNICO PARA COMBATE À DENGUE


Em abril de 2010, numa conversa com o presidente da Moscamed e pesquisador Aldo Malavasi, o então secretário da Agricultura, Roberto Muniz, e o chefe de gabinete, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, hoje secretário, questionaram porque a biofábrica produtora de machos estéreis da moscas-das-frutas, não poderia fazer o mesmo produzindo machos transgênicos do mosquito da dengue, como método de controle biológico. Depois de reuniões com o secretário de Saúde, Jorge Solla, a ideia tornou-se realidade e, dois anos depois, a Moscamed Brasil, além de biofábrica da agricultura, tornou-se também biofábrica de saúde. Conforme já divulgado, sábado (07), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha e os secretários da Agricultura, Eduardo Salles, da Saúde, Jorge Solla, e de Ciência e Tecnologia, Paulo Câmara, inauguraram a fábrica de mosquitos transgênico da dengue, iniciativa inédita no mundo para controle da doença. O presidente da Moscamed, Aldo Malavasi, lembrou que foi durante um vôo, de Petrolina a Salvador, que Roberto Muniz e Eduardo Salles questionaram a possibilidade de utilizar a tecnologia de fabricação de machos estéreis da mosca-das-frutas para produção de machos transgênicos do mosquito da dengue. A partir daí as conversações avançaram e o assunto foi apresentado aos secretários da Saúde e de Ciência e Tecnologia, que abraçaram a ideia e apoiaram o projeto. Foi assim que nasceu o Programa de Aedes Transgênico (PAT), um programa de controle genético do mosquito Aedes aegypti. O secretário Eduardo Salles destacou a integração das secretarias da Agricultura, Saúde e Ciência e Tecnologia, afirmando que as pesquisas desenvolvidas na Moscamed Brasil que geraram essa inovação tecnológica no combate à dengue representam um importantíssimo salto de qualidade na saúde pública no Brasil. De acordo com Aldo Malavasi, “a inauguração da fábrica de mosquitos transgênicos da dengue coloca a Bahia em outro patamar no controle de saúde. Ele explicou que entre março de 2011 até abril deste ano foram liberados 10.8 milhões de mosquitos transgênicos em Juazeiro, no bairro Itaberaba, com resultados satisfatórios. Aproximadamente 95% das larvas coletadas eram transgênicas, demonstrando a eficiência do programa. Até agora, as estratégias usadas no controle do mosquito da dengue resumiam-se em atividades preventivas, como a eliminação de criadouros, adoção de medidas comunitárias de conscientização e aplicação emergencial de inseticidas químicos. A partir de agora, o combate à doença ganha um reforço fundamental, com este método de controle biológico. O Programa de Controle Genético do Mosquito Aedes aegypti visa controlar a transmissão da doença produzindo linhagens de mosquitos geneticamente modificados (OGM), capazes de suprimir populações naturais do transmissor da doença. O processo consistena utilização de mosquitos machos de uma linhagem transgênica para combater o mosquito transmissor do vírus da dengue. Cientistas ingleses introduziram um gene (unidades de características hereditárias) no mosquito Aedes aegypti, responsável pela produção de uma proteína. Em altas doses, essa proteína impossibilita o desenvolvimento da prole desses mosquitos, ou seja, eles não serão capazes de chegar à fase adulta, e, por isso, não conseguirão transmitir a doença. Para ilustrar, é como se fosse uma criança que nascesse e não conseguisse respirar, morrendo em seguida.
Durante a solenidade de inauguração, o secretário Eduardo Salles assinou ordem de serviço autorizando a Agência Baiana de Defesa Agropecuária (Adab), a adquir 44 milhões de insetos estéreis de mosca-das-frutas. O contrato celebrado prevê a liberação dos insetos em pomares de manga nos municípios de Livramento de Nossa Senhora e Dom Basílio, cobrindo uma área de dois mil hectares. A iniciativa permitirá a manutenção da baixa densidade populacional de mosca-das-frutas, principal praga da fruticultura mundial e requisito indispensável para a exportação de manga aos mercados americano e europeu. A medida vai atender a 400 pequenos produtores da agricultura familiar, que representam a maioria da produção local.

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